quarta-feira, 14 de abril de 2010

segunda-feira, 12 de abril de 2010

PATRIMÓNIO




Portugal é um território abençoado pela sua localização e, inerentemente, pela feliz conjugação do binómio clima e meio ambiente.

Muitos antes de os portugueses sonharem com a criação do seu Reino já os povos primitivos tinham chegado a esse conclusão.

A riqueza histórica e arqueológica que constituiu as raízes do país que ainda somos hoje é de um valor e diversidade que fazem inveja a muitos países com um passado mais estéril.

Mas será que temos a devida consciência desse valor riquíssimo perdido ou abandonado por todo o nosso território?

O nosso passado recente, e pior ainda, o nosso presente, não orgulha nem dignifica o passado de milénios cujos vestígios se vão perdendo.

Se muito do nosso património histórico se perdeu às mãos de um povo que por razões de subsistência o foi adaptando às suas necessidades, pior é quando tal acontece propositadamente a coberto de razões 'superiores' que no fundo se resumem a dinheiro e ganância.

Assim todo e qualquer achado que  se tornasse obstáculo a uma obra, publica ou privada, fosse um prédio ou uma barragem era pura e simplesmente apagada do mapa.

Criminoso mas impune neste pais.

Mas o crime maior vem do Estado.

A entidade que devia zelar pelo nosso património, o nosso passado, a nossa cultura, a nossa matriz, é contudo aquele que mais o negligencia.

Tudo quanto não pode reconverter em benefício económico, monumentos mais rentáveis quer em factor do turismo em por reconversão em pousadas com capital privado, é pura e simplesmente votado ao abandono.

Quem goste, como eu, de viajar pelo passado do nosso pais depara com uma podridão que choca e revolta.

Abandonados, sem guarda nem zelo, sem obras de recuperação, beneficiação ou mesmo sem meras indicações mínimas, o nosso património fica ao dispor da enorme franja de vândalos ou meros ignorantes que o transformam em casas de banho ou locais de chuto e bebedeiras.

Temos património como o Cromaleque de Évora, com 7000 anos de imponência onde podemos apreciar no seu interior fogueiras, dejectos humanos e lixo variado, ou Castelos que, embora ainda imponentes, por não migrarem igualmente para o litoral povoado do pais, vão-se degradando e assumindo-se como ruínas.

Triste povo este que abraça o seu futuro sombrio destruindo o seu passado glorioso.

domingo, 11 de abril de 2010

MEXIA

Sob o escudo invisível de uma suposta crise internacional que custa a perceber a quem diariamente faz o seu trabalho, vive dele e assiste aos desequilíbrios arrepiantes e imorais da distribuição da riqueza que grassa em todo o mundo, os sucessivos governos vão justificando o sufoco com que o grosso dos seus eleitores e representados têm de viver.
Portugal, que em todos estes anos mais parece o centro nevrálgico desta crise mundial e o local de onde vai surgir a redenção do Mundo, vive assim, ano após ano, asfixiado sob o estigma desta crise virtual em que todos os paises devem a todos e nenhum tem dinheiro.
Desconfio que a ânsia dos americanos em chegar a Marte se deve ao facto de o dinheiro que desapareceu da Terra lá se ter refugiado!
Mas por cá, entre o desemprego que aumenta, os salários que minguam supostamente congelados e os impostos que não são aumentados mas sobem, vamos pagando a factura.
A factura da crise mundial?
Não sejamos tão ambiciosos.
A factura de freeports, tgvs, submarinos, aeroportos, despesas de estado, subsídios a deputados, bónus e gratificações, etc. etc.
Em 2009, António Mexia, limitando-se a exercer as suas funções e obrigações num empresa com capital do Estado e o monopólio do mercado, entre salários e prémios arrecadou nesta pais da crise apenas 3,1 milhões de euros.
Acho que todos devíamos fazer um esforço em 2010.
Se apertarmos um pouco mais a nossa carteira conseguimos que os Mexias deste povo cheguem aos 3.5 milhões.
E isto é só para começar...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

PERSPECTIVAS

Paolo Guerrero, jogador peruano da equipa alemã do Hamburgo, no final do jogo da jornada do campeonato alemão deste fim de semana, reagiu mal às criticas dos adeptos vindas da bancada e agrediu um dos adeptos ao arremessar-lhe uma garrafa de plástico à cara.
Como o sucedido ocorreu na Alemanha, e não em Portugal, ainda o jogador não tinha chegado ao seu balneário e já o presidente do clube determinava que o seu acto não ficaria impune.
Não foi considerado relevante as provocações a que terá sido sujeito nem sequer a sua importância na equipa principal do Hamburgo onde é titular indiscutível.
O jogador veio prontamente pedir publicamente desculpa e reconhecer o seu acto irreflectido e aceitou a pesada multa pecuniária imposta pelo clube cujo montante reverteu para causas sociais da cidade.
Entretanto aguarda que a Liga Alemã estipule o seu castigo.
Jogasse em Portugal, ao invés do sucedido, Guerrero sairia desta triste cena como vítima e não como quem cometeu um acto condenável.
Teria o seu clube a defendê-lo cegamente e a considerar que a sua atitude era normal e justificada, teria os seus colegas a convocar a imprensa por ele para realçar a sua postura ética e moral intocável e teria ainda um bando enorme de inócuas criaturas a estudar e discutir o estatuto do espectador de um jogo de futebol.
Pois, irónico o facto de a moral e bons costumes virem da terra que em tempos cometeu o erro de ter um Hitler como líder.
Por cá ainda não evoluímos assim tanto...

TUGAS

O tuga não gosta lá assim muito de pensar.
É genético.
E acima de tudo dá muito trabalho!
Não deixa de ser mais fácil ser de uma dada religião porque os pais já o eram e de um qualquer partido político porque sim, de um clube, de certas rotinas hábitos e vícios, e uma vez escolhidos é para a vida.
Sermos de um clube por paixão, movida por uma força não racionável que nos transcende, é entendível.
É tribal, é emocional, é paixão e paixão não é para ser explicada mas sim vivida.
O problema é quando se transpõe este modo de estar para o resto da nossa vida em sociedade e no qual a razão deveria prevalecer.
É-se de um partido como se é de um clube e acomodamos-nos a posições e situações como se fossem algo de inevitável ou imutável.
Assistimos, e desejamos, a que outros decidam, bem ou mal, por nós e quase sempre ser percebermos, ou sem querermos perceber, porque tomam este ou aquele caminho.
Refugiamo-nos em chavões como 'não podemos fazer nada', 'a vida é assim', 'se estivessem lá outros faziam pior' e muitos mais apenas por comodidade mental e de forma a não enfrentar a nossa própria cobardia em tomar posição.
Gostaria de acreditar que vamos conseguir educar os nossos filhos para virem a ser um 'povo' melhor.
Porque só quando atingirmos uma maturidade social bem mais estruturada é que teremos em quem nos representa melhores pessoas, reflexo do povo que estão obrigadas a servir ao invés de dele se servirem.

terça-feira, 6 de abril de 2010

PADRES

Um padre nunca deixa de ser um homem.
O Papa pode pedir que sejam anjos, mas os anjos, que se saiba, não têm sexo, não comem, não bebem, não têm necessidades fisiológicas.
Por isso ser padre é ser um homem com uma missão, mas, lá está escrito na frase, é ser um homem.
Um homem casado não pode ser um homem bom aos olhos de Deus e digno para passar a sua mensagem?
Para quê esta embirração com o celibato do sacerdócio.
Deixem casar os homens por amor de Deus!
Deixem-nos ter mulheres em vez de 'sobrinhas'.
Deixem-nos ter filhos em vez de 'afilhados'.
E, acima de tudo, nos cursos de teologia ou de formação para o sacerdócio, expliquem bem que a frase de Jesus "deixai vir a mim as criancinhas" não tinha conotação sexual!!!

DIAS

Todos os dias lemos ou ouvimos coisas nos jornais, rádio ou televisão que nos podem indignar, revoltar, enojar ou comover, fazer sorrir ou até mesmo rir.
Pena é que rapidamente fiquem perdidas na memória algumas que não deviamos esquecer nem que seja para nos voltarmos a indignar, revoltar, enojar, comover, sorrir ou rir.
Indiferentes é que nunca!
Ter sentimentos é viver.
Já que vivemos numa sociedade que nos obriga a ser ovelhas, ou 'formigas num carreiro', pelo menos que tenhamos consciência do facto e que, vá lá, pelo menos uma vez por acaso gritemos o nosso direito à revolta.
Sejamos rebeldes.
Depois, tudo bem, voltamos ao nosso lugar, ao nosso cantinho...