segunda-feira, 12 de abril de 2010

PATRIMÓNIO




Portugal é um território abençoado pela sua localização e, inerentemente, pela feliz conjugação do binómio clima e meio ambiente.

Muitos antes de os portugueses sonharem com a criação do seu Reino já os povos primitivos tinham chegado a esse conclusão.

A riqueza histórica e arqueológica que constituiu as raízes do país que ainda somos hoje é de um valor e diversidade que fazem inveja a muitos países com um passado mais estéril.

Mas será que temos a devida consciência desse valor riquíssimo perdido ou abandonado por todo o nosso território?

O nosso passado recente, e pior ainda, o nosso presente, não orgulha nem dignifica o passado de milénios cujos vestígios se vão perdendo.

Se muito do nosso património histórico se perdeu às mãos de um povo que por razões de subsistência o foi adaptando às suas necessidades, pior é quando tal acontece propositadamente a coberto de razões 'superiores' que no fundo se resumem a dinheiro e ganância.

Assim todo e qualquer achado que  se tornasse obstáculo a uma obra, publica ou privada, fosse um prédio ou uma barragem era pura e simplesmente apagada do mapa.

Criminoso mas impune neste pais.

Mas o crime maior vem do Estado.

A entidade que devia zelar pelo nosso património, o nosso passado, a nossa cultura, a nossa matriz, é contudo aquele que mais o negligencia.

Tudo quanto não pode reconverter em benefício económico, monumentos mais rentáveis quer em factor do turismo em por reconversão em pousadas com capital privado, é pura e simplesmente votado ao abandono.

Quem goste, como eu, de viajar pelo passado do nosso pais depara com uma podridão que choca e revolta.

Abandonados, sem guarda nem zelo, sem obras de recuperação, beneficiação ou mesmo sem meras indicações mínimas, o nosso património fica ao dispor da enorme franja de vândalos ou meros ignorantes que o transformam em casas de banho ou locais de chuto e bebedeiras.

Temos património como o Cromaleque de Évora, com 7000 anos de imponência onde podemos apreciar no seu interior fogueiras, dejectos humanos e lixo variado, ou Castelos que, embora ainda imponentes, por não migrarem igualmente para o litoral povoado do pais, vão-se degradando e assumindo-se como ruínas.

Triste povo este que abraça o seu futuro sombrio destruindo o seu passado glorioso.

1 comentário:

  1. Portugal no seu melhor!
    Até porque os poucos recursos financeiros que, penso eu, possuímos são para pagar ordenados a ... Mexias deste país.

    ResponderEliminar